Bolsonaro, argentinos, chineses, árabes e outras pedras do caminho
Pergunta-me o leitor Abimael Ribeiro Rivas, da Pituba, o que acho do fato de o presidente Bolsonaro ter dito que não vai cumprimentar Alberto Fernández, vencedor da eleição de domingo na Argentina.
Prezado, lá pelo século XVII o padre Antônio Vieira, português, já dizia: ‘Todos que se governaram pelo discurso erraram e se perderam’. Só para ficarmos no item das relações internacionais, se porque não quer ou não sabe, Bolsonaro sempre foi por aí, externando sempre um discurso exacerbado de extrema-direita.
Braços abertos — Lá atrás, ele já declarou apoio ostensivo a Maurício Macri, o presidente derrotado, também de direita. Fernandez, o vencedor, de esquerda, agora descontou fazendo declarações de amor a Lula. E aí o duelo Brasil x Argentina polarizou.
Ressalve-se: o Brasil tem muitos interesses comerciais com a Argentina. Lá atrás, Bolsonaro fez declarações de amor a Israel, e a Arábia Saudita, maior comprador de frango do Brasil, desabilitou 33 dos 58 frigoríficos que vendiam para lá.
Com a manifesta ojeriza a comunistas, foi alertado que a China, um país comunista, é grande parceiro comercial do Brasil em vários campos. Agora, visitou a China, passou nos Emirados dizendo que o Brasil está ‘de braços abertos’.
Ou seja, ele é presidente do Brasil, mas às vezes esquece, e tome-lhe discursos que nos custam caro. Ademais, há o medo de que Macri na Argentina seja ele cá amanhã.
A Tarde