Reprodução: Recém-nascido é chacoalhado no bolso de funcionária de hospital em SC durante dança |
Equipe de fisioterapia disse em nota estar indignada com atitude da profissional. Hospital de Itajaí onde aconteceu caso disse que toma providências jurídicas contra profissional.
A fisioterapeuta gravada dançando com um bebê no bolso do jaleco durante atendimento no Hospital e Maternidade Marieta Konder Bornhausen, em Itajaí, no Litoral Norte de Santa Catarina, foi afastada das funções pela empresa terceirizada que a contratou.
Além disso, o Conselho Regional de Fisioterapia de Santa Catarina (Crefito10) suspendeu a profissional de forma cautelar e abriu um processo ético disciplinar nesta terça-feira (15) sobre a atitude dela.
O Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) afirmou que instalou um procedimento sobre o caso nesta terça. O promotor de Justiça não vai se manifestar porque a investigação está em segredo, já que a situação envolve um menor de idade.
A fisioterapeuta foi gravada com o bebê durante um atendimento. O hospital, gerido pela iniciativa privada, chamou o fato de isolado e informou em nota que todas as medidas jurídicas estão sendo tomadas "com o maior rigor possível". Disse, também, que busca identificar todos os envolvidos na situação. O hospital não divulgou informações sobre o estado de saúde do bebê.
Em nota, a Vitalle Fisioterapia também disse que "medidas cabíveis serão tomadas, frente a decisões do órgão regulamentador da profissão (CREFITO) e junto ao hospital".
O Conselho Regional de Fisioterapia de Santa Catarina (Crefito10) disse que fiscais do órgão foram até a unidade de saúde e confirmaram que a profissional é mesmo uma fisioterapeuta. Ao fim do procedimento investigativo do órgão, ela pode ser suspensa e até ter o registro cassado.
O Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) comunicou que uma denúncia foi enviada para o promotor da Infância e Adolescência Diego Rodrigo Pinheiro na madrugada desta terça-feira (15).
Além disso, durante a tarde, um vereador do município também fez uma nova denúncia sobre o caso junto ao MPSC.
O delegado Angelo Fragelli, da Delegacia de Proteção à Criança, Adolescente, Mulher e Idoso (DPCami) de Itajaí, disse que até 14h50 deste terça não havia recebido nenhuma requisição do MPSC sobre a situação.
"Caso o bebê tenha sofrido algum tipo de risco em relação à saúde ou vida por essa ação, há eventual crime. Caso não, vejo como falta disciplinar grave. A exposição do infante a situação vexatória também pode constituir crime", afirmou o delegado.
Vídeo
No vídeo, que repercute na internet, uma fisioterapeuta aparece com o uniforme da unidade enquanto canta e dança uma música viral nas redes sociais com o recém-nascido dentro do bolso. Também é possível ouvir a profissional e quem a gravou rirem durante as imagens (assista acima).
A mulher que segura o bebê, segundo o Marieta, já foi identificada e foi contratada por uma empresa que presta serviços à instituição. A unidade disse que busca identificar quem são as outras pessoas que participaram da gravação do vídeo e que presenciaram a cena.
Vereador da Comissão de Saúde da Câmara de Itajaí, Osmar Teixeira, divulgou as imagens nas próprias redes. Ele chamou o caso de absurdo e assustador. Ao g1, disse que assim que tomou conhecimento, conversou com a diretora-chefe da unidade e que acompanha o caso, já enviado ao MPSC.
O que diz a Vitalle Fisioterapia
Nós da equipe de Fisioterapia do Hospital e Maternidade Marieta Konder Bornhausen viemos através desta expressar nossa profunda indignação à ação da fisioterapeuta pertencente a nossa equipe, executando uma dança com um recém-nascido no bolso da roupa privativa.
Salientamos que somos uma empresa terceirizada que presta serviço de fisioterapia hospitalar ao HMMKB [Hospital e Maternidade Marieta Konder Bornhausen] há mais de 5 anos e jamais tivemos situações semelhantes. Temos políticas de orientações aos profissionais e códigos de conduta que seguem fielmente os preceitos que regem a profissão.
Estamos estarrecidos com o absurdo da situação e informamos que a profissional foi imediatamente afastada de suas funções e medidas cabíveis serão tomadas, frente a decisões do órgão regulamentador da profissão (CREFITO) e junto ao hospital.
Lamentamos que um fato isolado e imprevisível como este, possa macular a imagem de um bom trabalho realizado pelos demais membros da equipe e dos colaboradores do Hospital Marieta.
Reiteramos nosso compromisso com seriedade na prestação de uma assistência de qualidade e foco na melhor recuperação dos pacientes. Nos solidarizamos com a indignação da comunidade frente a esse ato tão chocante e nos colocamos à disposição para apuração e esclarecimento de todos os fatos.
O que diz o Conselho Regional de Fisioterapia
O CONSELHO REGIONAL DE FISIOTERAPIA E TERAPIA OCUPACIONAL DA 10" REGIÃO- CREFITO-10, autarquia federal de fiscalização do exercício das profissões de Fisioterapia e Terapia Ocupacional, vem, por seu Presidente, Sandroval Francisco Torres, manifestar seu total repúdio à atitude cometida por possível profissional fisioterapeuta, a qual postou imagens na rede social manipulando um recém-nascido de forma indevida.
O Departamento de Fiscalização do CREFITO-10 já se dirigiu ao hospital onde ocorreram os lamentáveis fatos com o intuito de apurar a autoria.
Ato contínuo, caso comprovado se tratar de profissional fisioterapeuta, ocorrerá a suspensão cautelar do exercício profissional até a conclusão do processo ético disciplinar competente.
Por certo que uma inconsequente atitude isolada não irá macular a qualidade do serviço prestado pelos mais de 16.000 profissionais fisioterapeutas e terapeutas ocupacionais catarinenses.
O que diz o hospital
O Hospital Marieta vem a público manifestar sua completa indignação e repúdio com a conduta inapropriada e criminosa praticada e registrada em vídeo postado nas redes sociais por uma fisioterapeuta de empresa contratada, prestadora de serviços na instituição, manipulando indevidamente um recém-nascido.
Todas as medidas jurídicas – criminais, ético-administrativas e cíveis - estão sendo tomadas com o maior rigor possível, inclusive com apuração de colaboradores que filmaram ou participaram dessa cena lastimável, sem defender a criança.
Com 380 partos mensais em média, o Hospital Marieta tem no respeito e na humanização ao recém-nascido e às parturientes sua premissa de trabalho há várias décadas. Este ato isolado não pode manchar a imagem de centenas de profissionais que atuam na unidade e zelam diariamente cuidando dos bebês.
O que diz a Secretaria de Saúde de Itajaí
A Secretaria de Saúde de Itajaí irá solicitar ao Hospital Marieta Konder Bornhausen informações sobre quais medidas estão sendo adotadas em relação ao caso para garantia do bom atendimento à população itajaiense. No entanto, ressalta que a instituição é estadual e possui gestão privada, não cabendo à Secretaria o gerenciamento de condutas e avaliação dos profissionais contratados.
O que diz a SES
A Secretaria de Estado da Saúde lamenta profundamente o ocorrido, situações como essas são inadmissíveis. A SES irá acompanhar e apurar os fatos junto ao Hospital Marieta Konder Bornhausen, de Itajaí. A unidade hospitalar não faz parte dos hospitais da rede própria da SES, mas é contratualizada para atendimento pelo SUS.