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10/05/2023

Bahia volta fazer transplante de coração após dois anos; órgão doado foi transportado de Feira de Santana para Salvador


  • Paciente de 49 anos, natural de São Felipe, que aguardava há uma semana na fila por um transplante, recebeu novo coração e uma nova chance de continuar vivendo, na quarta-feira (4).

    A Bahia voltou a fazer transplante de coração após dois anos. Uma paciente de 49 anos, natural de São Felipe, que aguardava há uma semana na fila por um transplante, recebeu um novo coração e uma nova chance de continuar vivendo, na quarta-feira (4).

    Segundo a Secretaria da Saúde do Estado (Sesab), o transplante foi realizado no Hospital Ana Nery, em Salvador, e foi viabilizado graças a doação realizada por familiares de um paciente de 29 anos, vítima de Traumatismo Crânio Encefálico (TCE), que estava internado no Hospital Clériston Andrade, em Feira de Santana.

    Para o transporte do órgão doado, a equipe do Hospital Clériston Andrade contou com o apoio da Polícia Rodoviária Federal (PRF), que realizou a escolta da ambulância que levava o coração até o Hospital Ana Nery, onde o transplante pode ser realizado em tempo hábil.

    A Sesab informou que todo o procedimento precisa acontecer em quatro horas, tempo máximo que o coração pode ficar armazenado.

    "A cirurgia durou cerca de cinco horas e foi um sucesso. A paciente passa muito bem", explicou o médico Filinto Marques, membro da equipe do Ana Nery.

    A paciente transplantada foi acompanhada pelo Ambulatório de Insuficiência Cardíaca do Ana Nery, onde realizou uma série de exames para, assim, se tornar apta para a cirurgia.

    De acordo com a Sesab, nos últimos anos, o Governo da Bahia investiu mais de R$ 9,2 milhões em incentivo financeiro para instituições filantrópicas e privadas que realizam transplantes, além de campanhas de sensibilização da sociedade e treinamentos para a preparação de profissionais de saúde.
    Foto: Divulgação/Sesab - Procedimento foi feito no Hospital Ana Nery

    O último procedimento realizado no estado aconteceu em 18 de janeiro de 2022, quando a vida de Karen Alessandra Arantes mudou.

    'No dia programado para desligar os aparelhos, apareceu o doador', relembra última paciente que passou por transplante de coração na BA

    Durante o período em que a Bahia ficou sem realizar o transplante cardíaco, as pessoas que precisaram da cirurgia tinham acesso através do Tratamento Fora do Domicílio (TFD).

    Foto: Divulgação/PRF - Transporte foi feito de Feira de Santana para Salvador 

    Mais de 15 profissionais envolvidos
    Ao todo, uma equipe multidisciplinar com 15 profissionais de saúde especializados em transplante são responsáveis por conduzir os procedimentos, como explica o Coordenador do Programa de Insuficiência Cardíaca Avançada do Hospital Ana Nery e diretor da unidade, Luiz Carlos Santana.

    “A equipe conta com quatro cirurgiões cardíacos, dois médicos especialistas em insuficiência cardíaca, dois enfermeiros, fisioterapeutas e anestesistas envolvidos diretamente no cuidado, na operação de captação e de execução do processo de transplante. Para além disso, outros setores do hospital também estão preparados, são diversas especialidades envolvidas para oferecer o tratamento adequado aos pacientes do pré ao pós-transplante”, explicou o diretor.

    Dados do Sistema Estadual de Transplantes, mostram que, até agosto de 2023, a Bahia realizou 701 transplantes, sendo 27 de fígado, 210 de rim, 362 de córnea e outros 102 de medula óssea.

    Atualmente, a Bahia realiza cinco tipos de procedimentos: coração, córnea, rim, fígado e medula. No período, o número de doadores de múltiplos órgãos aumentou de forma considerável, saltando de apenas três no primeiro mês do ano para 19 em agosto.

    O estado conta com uma rede com 23 centros transplantadores, sendo que sete oferecem atendimento pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Desses, três são unidades públicas: o Hospital Geral Roberto Santos, o Hospital Ana Nery e o Hospital Universitário Professor Edgard Santos.

    Além deles, integram a rede os hospitais filantrópicos Martagão Gesteira, em Salvador, e Dom Pedro de Alcântara, em Feira de Santana, e os privados IBR, de Vitória da Conquista, e Hospital Português, também na capital.
     g1 Bahia
    NOTÍCIA NA TELA www.noticianatela.com.br