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2/11/2020

Até onde vai a falta de bom senso?

  • Todos os dias uma enxurrada de matérias e postagens lotam nossas timelines com notícias diversificadas. Através das informações propagadas, fakes ou não, com meias verdades ou não, uma miscelânea de sensações costumam nos dominar.

    Atualmente tenho notado e apreciado papos sobre sororidade, machismo, misoginia, e o mais interessante, de um programa tão criticado como o Big Brother Brasil da tão amada/odiada Rede Globo de Televisão, mesmo não tendo assistido um episódio sequer nessa temporada. Contudo também tenho observado falas esdrúxulas de pseudojuízes escarrando impropérios e vomitando um discurso de ódio abominável, racista, machista e xenofóbico.

    Questões tão sensíveis como aborto são tratadas de forma banal, violenta e cruel. Às vezes me pego questionando o motivo de pessoas ditas do bem ameaçarem e amaldiçoarem outrem com tanta veemência mesmo conscientes de que não temos o poder de entendermos todo o contexto e complexidade da história. Nossos pecados podem ser mensurados como maiores ou menores que os dos outros?  Será que só mulheres abortam? Apenas as mulheres são responsáveis pela vida (ou não) de um bebê? E quanto aos homens que não assumem suas responsabilidades paternas? E quanto às pessoas que abandonam crianças nas ruas? 

    Outro assunto que tem me chamado a atenção está atrelado ao novo Coronavírus. Não, não é propriamente sobre a infestação da doença ou meios para se proteger de sua propagação. Falo das pessoas que se aproveitam de algo tão sério, tão triste e preocupante para escorrer o veneno falando que asiáticos são imundos, enfim uma série de adjetivos que me dão ânsia de vômito e nem me cabe mencionar. 

    Os xenofóbicos se aproveitam da tragédia para tripudiar, para difamar pessoas com aparências e culturas diferentes. Quando comem seus macarrões instantâneos (o famoso miojo), utilizam de tecnologia, produtos e tudo o mais, varrem para debaixo do tapete a xenofobia. Afinal, quem não fica ansiando pela chegada das mercadorias do aliexpress ou do Wish? Quem nunca ouviu falar da sul-coreana Samsung, da japonesa Toyota e tantas mais empresas renomadas? Quem nunca ouviu Gangnam Style do PSY? Quem é jovem e nunca assistiu animes (Pokémon, Digimon, Dragon Ball, etc? Certamente se não leu, mas já soube de alguém que lê/leu mangá (tipo história em quadrinhos japonesa). 

    Atualmente, apesar do preconceito, os doramas (séries produzidas na Ásia Oriental) e o K-pop estão conquistando seu espaço. A China, por exemplo, é um dos maiores países em se tratando de tamanho de território e é o mais populoso do mundo. Ao lado Japão são, respectivamente, a 2ª e a 3ª maiores economias do mundo. Com o surto do novo Coronavírus, em apenas dez dias, construiu um hospital para atender as demandas. 

    Decerto temos o direito a liberdade de expressão, mas não podemos utilizá-la de modo tão cruel como se fossemos donos da verdade, revelando os mais recônditos, sombrios e perversos seres que habitam em nós. Claro que temos potencial sim de falar sobre a questão do aborto, sobre política, religião, drogas, etc., etc. e tal, mas devemos ter a consciência da necessidade de utilizarmos o bom senso. Falar de aborto é uma questão delicada e asiáticos não são vírus. 

    Minha solidariedade aos que sofrem preconceitos. Minhas condolências ao bom senso.
    #JeNeSuisPasUnVirus (eu não sou um vírus, em francês)
    #我不是病毒 (Wǒ bùshì bìngdú) (eu não sou um vírus, em Chinês)
    Por Luzitânia Silva
    NOTÍCIA NA TELA www.noticianatela.com.br